quarta-feira, 24 de abril de 2019

Devaneios de um leito de hospital (parte II, continuação)




Antes de me hospitalizar eu estava matriculado em um curso que me daria o grau de bacharel em um determinado ramo do conhecimento e uma das matérias que mais amava era a de Filosofia. Em uma das aulas a professora trouxe um assunto interessante e curioso. Era justamente sobre a felicidade. Para minha tristeza e empobrecimento intelectual deste texto, eu não me lembro quais foram os filósofos citados, mas me lembro resumidamente do assunto dado.

Se você for na definição de felicidade do post anterior, verá que entre as definições temos 'satisfação', 'circunstância ou situação em que há sucesso'  e tal ideia me levou a pensar sobre a aula de Filosofia que tinha assistido um ano antes. A satisfação é algo inconstante, finita, passageira, momentânea. Nunca estamos completamente satisfeitos, há sempre a busca por algo a mais. É o ciclo de tédio>idealização de um objetivo>busca por tal objetivo>conquista do tal>felicidade, satisfação>saturação>retorno ao tédio. E assim o ciclo se repete constantemente. Isso caracteriza a busca constante pelo estado de felicidade e satisfação.

No começo desse texto eu coloquei a definição de utopia e eu cheguei a pensar que a felicidade era apenas um estado utópico e que eu jamais alcançaria tal ponto. Todavia, adotei o conceito do post anterior em que cada qual possui sua definição de felicidade. É sábio considerar que as definições dadas por mim são bem rasa e pessoais, mas adotei esse modo, pois, pretendo expor todos os meus pensamentos de acordo com minha perspectiva, compreensão. Sendo assim, a utopia, sonho inalcançável, se tornou uma realidade momentânea, mas possível. Eu estaria sempre em busca de algo que me fizesse feliz.

Porém, eu me senti triste ao pensar desta maneira, já que, aparentemente, eu viveria uma realidade fadada à infelicidade constante com apenas alguns momentos de alívio. Então, eu entendi: eu não precisava crer que todos os objetivos que eu conquistasse e me sentisse feliz e satisfeito seriam apagados e eu me encontraria no nada novamente, mas, sim, considerar que todas as conquistas me elevariam a um estado diferente, isto é, eu completaria o ciclo e buscaria outros objetivos, porém carregaria comigo uma bagagem que me lembraria todo o meu percurso. Seria como um muro erguido com tijolos, quanto mais tijolos, mais alto. Todavia, não importa quão alto eu vá, os tijolos abaixo não deixarão de existir. Haverá, sim, o sentimento de infelicidade novamente, mas basta lembrar-me que eu conquistei diversas coisas e que eu posso conquistar mais uma e se não conquistar, conviver com a insatisfação. 

Não há como concluir esse texto sem afirmar que o ser humano é eternamente levado a almejar, desejar, sonhar com, buscar algo. Não há como não afirmar que eu estou sempre em busca de algo a mais para chamar de felicidade. 

Quando eu afirmo que hoje eu posso ser EU, sinto-me feliz e manter isso por toda a minha vida é manter uma conquista que me faz feliz. 

Qual o seu próximo objetivo? E, o mais importante, o quê em você te faz feliz sempre que você se lembra? 


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